Após pressão, presidente do PT diz que candidatura será aprovada “nos fóruns adequados”
Parlamentares petistas criticaram a estratégia de lançar o senador Otto Alencar como candidato ao governo
Após reação de deputados e lideranças do Partido dos Trabalhadores, que criticaram abertamente o possível recuo do senador Jaques Wagner para viabilizar a candidatura do governador Rui Costa ao Senado, o presidente estadual do partido, Éden Valadares, tratou de emitir nota afirmando que ainda não há nada definido e que “qualquer definição ou atualização da nossa tática eleitoral será discutida e aprovada nos fóruns adequados”.
A fala do dirigente partidário tenta apaziguar os ânimos da base, que foi pega de surpresa com a possível desistência do senador.
“É natural que as especulações aumentem nesse período de definição de chapa. Temos dialogado muito com os nossos aliados, com os partidos e parlamentares. Eu, enquanto presidente, mas também Wagner e Rui que são nossas maiores lideranças, temos feito o exercício de ouvir bastante, projetar cenários e volta e meia isso vira alvo de especulação. É natural. Mas o PT é um partido grande, plural, que prima muito pelos processos coletivos e respeito às instâncias. Qualquer definição ou atualização da nossa tática eleitoral será discutida e aprovada nos fóruns adequados”.
SEM IMPOSIÇÃO –
O ex-presidente do PT de Salvador, Ademário Costa, disse que a militância da sigla não aceitava candidatura imposta através da imprensa. Ele disse que o debate sobre a possível retirada da candidatura do PT para o governo da Bahia precisa ser feito dentro e pelo partido.
“A direção do PT na Bahia foi eleita em congresso com a estratégia de trabalhar para a candidatura própria ao Governo do Estado. Não cabe agora rever as decisões do PT fora das instâncias do partido. A militância precisa participar do debate e da decisão e nós vamos lutar para isso. Não aceitaremos nenhuma decisão sem ser nessas condições”, declarou Ademário.
Ademário reafirmou ainda a importância da candidatura própria do PT na Bahia para a disputa nacional e a reconstrução do Brasil. “Ela nos unifica e é fundamental para a eleição do presidente Lula, e o projeto nacional de retomada da democracia, da economia, do desenvolvimento social. E, para isso, precisamos discutir os compromissos que vamos assumir com a Bahia, com o Brasil, com a militância, com os grupos sociais, as comunidades. A militância não aceitará imposição, é preciso debate”, concluiu.
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