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Previsões para o Brasil no cenário político e econômico não são otimistas

Especialistas apontam a falta de um candidato com perfil renovado para a presidência e o controle dos gastos públicos

O G100 Brasil | Núcleo de Estudos do Desenvolvimento Empresarial e Econômico convidou, nesta quarta-feira (20), o ex-embaixador Rubens Barbosa e Marianna Waltz, managing director – corporate finance, da agência de classificação de risco Moody’s, dentre outros economistas, para apresentarem suas previsões sobre o cenário político e econômico do Brasil após as Eleições Presidenciais de 2018.

 

Durante o encontro, Rubens Barbosa expressou preocupação para a ausência de candidatos fortes. Ele acredita que a estimativa nutrida por uma parcela da população por uma disputa marcada pela renovação de candidatos não será alcançada. “A sociedade brasileira ainda não se deu conta do buraco em que se meteu. Muitos esperam um candidato renovado, alguém que não esteja envolvido no velho jogo político, mas, infelizmente, isto não acontecerá”, comenta o diplomata.

 

O ex-embaixador também considera que o grande enclave acontecerá no segundo turno. “A realidade é que teremos quatro ou cinco candidatos já conhecidos, em uma eleição que será um divisor de águas para nossa economia, pois o segundo turno será marcado pela disputa de um candidato de políticas estatais com um candidato reformista. Se o candidato estatal ganhar, corremos o risco de uma retomada no fortalecimento do mercado interno, o que aumentaria os problemas fiscais”, explica.

 

Barbosa também comentou sobre as reformas e disse acreditar que elas serão aprovadas ainda nos seis primeiros meses do novo mandato, independente da orientação ideológica do candidato. “A aprovação das reformas está além da pauta política, pois é a única saída para evitar que o Brasil se transforme na próxima Grécia”, explica o diplomata.

 

O ambiente econômico e político também foi abordado pela Moody’s, que classifica o Brasil em Ba2, dois níveis abaixo do grau de investimento. De acordo com a managing director Marianna Waltz, um dos pontos-chave para a classificação do Brasil será a capacidade do próximo governo em conter a deterioração das métricas fiscais e reduzir os gastos públicos. “Nosso rating hoje incorpora a expectativa de que algum tipo de reforma da previdência será implementado no ano que vem. Mas a qualidade e o escopo dessa reforma vai depender da capacidade do novo governo em negociar com o Congresso”, explica Waltz.

 

Ela ainda compartilhou a visão da agência para o setor corporativo brasileiro. Segundo Marianna, apesar das incertezas no âmbito político, as empresas do país vão se beneficiar  de pelo menos dois anos de crescimento econômico em um cenário de preço de commodities estáveis. Para Marianna, outro ponto importante é que durante a recessão muitas empresas realizaram ajustes em suas estruturas de custo e reduziram investimentos para preservar liquidez.  Além disso, com a recuperação econômica, vêm direcionando a sua geração de caixa para redução de dívida.  “Com isso, vemos uma situação em que o setor corporativo brasileiro em geral tem balanços mais sólidos do que víamos nos últimos anos. É claro que as políticas econômicas do próximo governo vão impactar as empresas no médio prazo, mas, vemos pelo menos dois anos de continuação na recuperação das performances das empresas e qualidade de crédito relativamente estável”, considera a economista.

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