Medo de extradição faz Bolsonaro antecipar volta ao Brasil
Pesquisa Quaest publicada hoje na Folha mostra que a popularidade Bolsonaro nas redes desceu ao seu pior nível em quatro anos depois da invasão à Praça dos Três Poderes.
O ex-presidente Jair Bolsonaro deve retornar ao Brasil assim que superar a crise de obstrução intestinal que o levou a uma internação em Orlando, nos Estados Unidos. Segundo informações do Uol, a informação foi passada pelo próprio Bolsonaro ao comando bolsonarista ligado ao PL. A intenção incial do ex-presidente era passar, ao menos, um mês fora do país.
Ainda de acordo com o Uol, Bolsonaro foi convencido pelos filhos Eduardo e Flávio a antecipar o retorno. A família estaria temerosa em relação às consequências que a invasão à Praça dos Três Poderes pode trazer para o ex-presidente, que já sofre ameaças de extradição nos EUA. Pelo menos cinco deputados do partido democrata americano se manifestaram nas redes sociais nos últimos dias defendendo a extradição do ex-presidente — medida que só pode ser discutida a partir de um pedido do governo ou da Justiça brasileira. Além disso, ontem, o senador Renan Calheiros (MDB) formalizou um pedido no STF para que Bolsonaro se apresente no país em 72 horas sob pena de ser preso. Bolsonaro não é investigado formalmente no inquérito das milícias digitais, aberto a partir do inquérito dos atos antidemocráticos.
A família Bolsonaro acredita que, para a imagem do grupo político, seria menos prejudicial ver o ex-presidente voltar por vontade própria do que extraditado. Além disso, eles avaliam que a imagem de Lula está cada vez mais forte e que só um retorno de Bolsonaro poderia reverter esta situação.
Pesquisa Quaest publicada hoje na Folha mostra que a popularidade Bolsonaro nas redes desceu ao seu pior nível em quatro anos depois da invasão à Praça dos Três Poderes. Num índice que vai de zero a 100, o ex-capitão atingiu a marca de 21 pontos — antes da ação dos vândalos, estava na casa dos 40 pontos.