Homem que filmou ação contradiz versão dos militares sobre 80 tiros em carro
Uma testemunha ocular contradiz relato dos militares acusados pelo fuzilamento do músico Evaldo Rosa e do catador Luciano Macedo, em Guadalupe, na Zona Norte do Rio. O homem, um morador da região que filmou toda a ação relatou ao Ministério Público Militar que o carro de Evaldo foi o terceiro carro branco em sequência a passar na Estrada do Camboatá na ocasião e que trafegava lentamente. A testemunha também nega ter havido uma troca de tiros no local.
O morador da região começou a filmar de sua janela o momento em que o padrasto de Evaldo, Sérgio Gonçalves de Araújo, consegue fugir do veículo. O músico já havia sido atingido ao volante. No entanto, o homem conseguiu ver, de sua janela, todo o crime.
Ele disse, em depoimento ao Ministério Público Militar (MPM), que “ouviu um estampido isolado quando vislumbrou dois Sedan brancos trafegando” na via. Em seguida, ele diz ter visto mais um carro branco passar em velocidade reduzida: esse era o veículo onde estava Evaldo.
Já os militares afirmaram que viram quando dois homens a bordo de um Ford Ka Sedan carro da mesma marca do de Evaldo saltaram do banco traseiro e abordaram o motorista de um Honda City também branco, que saiu do veículo e fugiu. Os homens do Exército também afirmaram que, naquele momento, trocaram tiros com os assaltantes, que saíram em disparada nos dois carros. Pouco mais de 500 metros adiante, durante a perseguição, encontraram o carro de Evaldo já parado.
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