Salvador

Salvador é a quarta pior capital em acessibilidade e condições das calçadas

A primeira capital do Brasil parece ter ficado para trás no quesito acessibilidade de pedestres e deficientes. É o que indica um estudo divulgado, nesta quinta-feira (19), pela Mobilize Brasil, segundo o qual Salvador aparece na quarta posição nacional, com os piores índices de condições das calçadas. A cidade só fica à frente de Belém, Fortaleza e Cuiabá.

De acordo com a publicação, as piores avaliações da capital baiana foram registradas nos bairros de Pernambués e Trobogy. Já as melhores estão em Itapuã, Pituba e Ondina. Os responsáveis pelo estudo apontam que os programas de requalificação das calçadas “parece ter ficado restrito ao Centro e às áreas mais ricas da cidade”.

A média nacional, entre todas as 27 capitais e considerando todos os itens avaliados, ficou em 5,71, considerada baixa, uma vez que o mínimo aceitável, segundo a pesquisa, seria a nota 8, numa escala de zero a dez. Salvador ficou com a média 4,86. São Paulo, que ficou com a nota 6,93, seguida por Belo Horizonte, com 6,84, e Florianópolis, com 6,73.

A pesquisa revelou falhas no entorno das edificações públicas, entre hospitais, praças, instituições de ensino e locais turísticos. Como resultado, Salvador teve as piores médias do país nos itens largura de calçadas (4,42) e na oferta de rampas de acessibilidade (2,05), enquanto o quesito regularidade do piso obteve média 5,11, bem abaixo da média mínima considerada para uma calçada de boa qualidade, que é 8.

A cidade também pontuou negativamente no item barreiras e obstáculos (5,74), em função do excesso de postes, barracas e itens que impedem a passagem dos pedestres, mesmo em locais com calçadas largas. Já quanto a sinalização, os itens faixas (4,63) e semáforos de pedestres (2,16) indicam dificuldades para a travessia das ruas.

No aspecto de conforto, os quesitos arborização (4,47) e mobiliário urbano (3,32) mostram que a caminhada em Salvador só é agradável em algumas vias e praças da área mais central. A capital obteve também média baixa no item mapas e placas de orientação (3,58), situação, aliás, comum a todas as capitais, embora seja detalhe importante em uma cidade voltada ao turismo. As notas de ruído urbano (7,05) e Poluição (6,84) ficaram na média da maioria das grandes cidades do país.

“As administrações vêm tratando com evidente desigualdade o ambiente urbano, a depender da área em que se encontra o equipamento instalado. Os bairros mais ‘nobres’ da capital recebem maior investimento de qualidade infraestrutural e um cuidado diferenciado por parte do poder público. Já nos bairros ‘periféricos’, a população tem que enfrentar a falta de acessibilidade nos seus deslocamentos diários”, destacou Isabella Lopes, aluna de Urbanismo na Universidade do Estado da Bahia, uma das colaboradoras do estudo da Mobilize Brasil.

Bnews tentou contato por telefone com a Secretaria Municipal de Manutenção, mas, até o fechamento da matéria, não obteve retorno.

 

Fonte: BNews

 

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