PT permite alianças com partidos rivais
Tentando reconquistar espaço perdido nas últimas eleições, o PT deve permitir alianças em 2020 até com partidos que votaram a favor do impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff, como PSDB e DEM. Embora essas parcerias não sejam recomendadas pela direção do partido, elas podem ocorrer pontualmente. Reunida no Rio de Janeiro, a Executiva Nacional da legenda aprovou regras que devem ser seguidas na costura de apoio para as eleições municipais.
Segundo dirigentes da sigla, o objetivo é tirar o PT do isolamento que ocorre desde o impeachment de Dilma, em 2016. Há quatro anos, a legenda viu sua participação em prefeituras cair quase 60%. De 2012 para 2016, o número de prefeituras com um petista eleito caiu de 630 para 256. Nas capitais, o PT não tem mais nenhum representante.
O PT dará prioridade a parcerias com os demais partidos de esquerda (PSB, PDT, PCdoB, PSOL e PCO). Entretanto, libera coligações “táticas” com siglas de oposição ao governo Jair Bolsonaro, incluindo o chamado Centrão, bloco formado por PL, PP, DEM, PRB e Solidariedade. Os únicos vetos previstos são a alianças com PSL, Novo, Aliança pelo Brasil, legenda que Bolsonaro pretende criar, e setores que tenham sido hostis a Dilma e ao ex-presidente Lula.
A política de alianças aprovada pelo PT é mais ampla do que propostas iniciais discutidas pelo partido. A primeira versão do texto, elaborada por integrantes da corrente majoritária Construindo um Novo Brasil (CNB), falava em alianças apenas com PCdoB e PSOL e restringia as coligações a “setores do PDT e PSB”.