Operação contra fraude a licitações e desvio de recursos públicos é deflagrada; prefeitos baianos podem ser afastados
Cerca de 90 policiais federais cumprem além de um mandado de prisão preventiva e dois mandados de afastamento do cargo de prefeito
Na manhã desta terça-feira (21), a Polícia Federal, com o apoio da Controladoria-Geral da União, deflagrou uma operação contra um esquema criminoso de fraude a licitações, superfaturamento, desvio de recursos públicos, corrupção ativa e passiva e lavagem de ativos envolvendo a contratação do serviço de transporte escolar nos municípios de Alagoinhas, Casa Nova, Conde, Ipirá, Jequié e Pilão Arcado. As informações são do G1.
A operação, intitulada Offerus, uma referência à lenda de São Cristóvão, o padroeiro dos motoristas, cumpre 19 mandados de busca e apreensão em órgãos públicos, empresas e nas residências dos envolvidos no esquema.
Cerca de 90 policiais federais cumprem além de um mandado de prisão preventiva e dois mandados de afastamento do cargo de prefeito, Dezoito auditores federais de controle, da CGU, também participam das diligências. Além dos mandados no interior, há cumprimento em Salvador no bairro do Rio Vermelho. A operação também visa o cumprimento de mandado de afastamento dos prefeitos Pilão Arcado e Ipirá.
A Justiça também determinou o bloqueio de R$ 39.000.000,00 (trinta e nove milhões de reais) em valores e bens pertencentes aos investigados, sendo esse o valor do superfaturamento e do desvio apurado em auditorias realizadas pela CGU em apenas dois dos municípios investigados, Alagoinhas e Casa Nova.
De acordo com as investigações, iniciadas em 2017, as licitações eram direcionadas para beneficiar um grupo de empresas pertencentes ao mesmo empresário, que terceirizava integralmente a execução dos contratos para motoristas locais a preços inferiores, apropriando-se da diferença, que lhe rendia cerca de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) mensais. Parte desse valor era utilizado para pagamento de propina aos servidores públicos envolvidos no esquema.
Os mandados foram expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, e têm por objetivo localizar e apreender provas complementares dos desvios nas contratações públicas, do pagamento de propinas e da lavagem de dinheiro.
Fonte: G1