Salvador

No Novembro Negro, Concha Negra é comandada pelo Ilê Aiyê

O projeto garante o lugar da música afro-baiana na programação mensal deste que é o maior complexo cultural da Bahia

No Novembro Negro, às vésperas do Dia da Consciência Negra, em 18 de novembro (sábado), a terceira edição do Concha Negra será comandada pelo Ilê Aiyê, na Concha Acústica do Teatro Castro Alves (TCA), às 18h. O espetáculo terá como convidados especiais os cantores Daniela Mercury e Criolo, além de abertura com o Bando de Teatro Olodum. Iniciativa do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Cultura (Secult), através do próprio TCA e do Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI), e em alinhamento com a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), o projeto garante o lugar da música afro-baiana na programação mensal deste que é o maior complexo cultural da Bahia. Os ingressos custam R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia), e podem ser adquiridos no site www.ingressorapido.com.br, na bilheteria do Teatro Castro Alves ou nos SACs do Shopping Barra e do Shopping Bela Vista.

 

Primeiro bloco afro da Bahia, o Ilê Aiyê nasceu no Curuzu – Liberdade, bairro de maior população negra do país. Foi fundado em 1º de novembro de 1973, com o objetivo de preservar, valorizar e expandir a cultura afro-brasileira. O espetáculo no Concha Negra será o palco de celebração dos 44 anos recém-completados, além do fortalecimento da campanha de financiamento coletivo “Sou Ilê o ano inteiro” (disponível emhttp://tinyurl.com/sou-ile), que visa a arrecadar recursos para regularizar as atividades das escolas Mãe Hida e Band’Erê, que, até 2016, atendiam 340 crianças.

 

Países africanos, revoltas negras, personalidades e estados brasileiros que contribuíram fortemente para o processo de identidade étnica e autoestima do povo negro são temas recorrentes das atividades do bloco. E o movimento musical inventado por ele foi certamente responsável por uma revolução no carnaval baiano: com o Ilê, a musicalidade da Bahia ganhou novos ritmos oriundos da tradição africana. Propondo um trabalho político-educacional consciente, transmite o passado da ancestralidade africana, com o contexto histórico-social do negro em condição de escravo no Brasil, e o cotidiano presente dos negros e negras. Com mais de mil associados, o Ilê Aiyê é patrimônio da cultura baiana e um marco no processo de reafricanização do carnaval desta terra.

 

Convidados

 

Em mais de 30 anos de carreira, Daniela Mercury é uma das cantoras brasileiras mais conhecidas e respeitadas dentro e fora do país. Seus 19 CDs, sete DVDs, 23 turnês internacionais e vários prêmios de música refletem o conceito de seu trabalho, com referências de cultura brasileira e de influência afro que traz como raiz. A percussão tem papel fundamental e é a base de toda a obra de Daniela. Um destaque do repertório da “Rainha da Axé Music” é a canção “Ilê Pérola Negra”, que homenageia “o mais belo dos belos”.

 

Já o MC, cantor e compositor paulistano Criolo, um dos mais importantes nomes da música contemporânea nacional, demonstra seus multitalentos e versatilidade numa carreira bastante inventiva. Seu discurso, suas raízes e música transparecem contundência e beleza. Atualmente em turnê do show “Espiral de Ilusão”, de seu álbum de sambas, Criolo já gravou com o Ilê o videoclipe “Que bloco é esse?”, uma composição feita como uma ode ao bloco afro.

 

Para abrir a noite, o Bando de Teatro Olodum, formado há mais de 20 anos apenas com atores e atrizes negros e negras, exibe em esquete a sua linguagem cênica contemporânea, comprometida com um teatro engajado, mas também atento à alegria do palco. Humor e discussão racial, leveza e ironia, diversão e militância, palavra, dança e música: tudo se mistura e embriaga na fonte da cultura afro-brasileira.

 

Concha Negra

 

O projeto Concha Negra se compromete a fomentar a diversidade cultural da Bahia, suas tradições e patrimônios. O incentivo a mais um canal de visibilidade e acesso à música afro-baiana se alinha a políticas que reconhecem a cidadania cultural e a afirmação de identidades, combatendo preconceitos e valorizando a expressão das variadas manifestações humanas. A primeira etapa do projeto foi iniciada em setembro, com show dos Filhos de Gandhy, depois com o Muzenza, em outubro, e segue por um semestre até o mês de fevereiro. Depois do Ilê Aiyê, completam a lista: Cortejo Afro (17 de dezembro), Olodum (7 de janeiro) e Malê Debalê (4 de fevereiro). Além das apresentações principais, cada espetáculo terá a participação de pelo menos um convidado especial e também uma abertura com intervenções de outras linguagens artísticas, como teatro, dança e moda.

Fonte: Ascom/Secretaria de Cultura do Estado (Secult)

Foto Divulgação

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