Após o reajuste da tarifa do ônibus para R$ 4,90, o prefeito de Salvador, Bruno Reis (UB), voltou nesta quarta-feira (22/6) a levantar a possibilidade de haver outra medida mais dura no sistema de transporte público da capital: a intervenção nas empresas OT Trans e Plataforma, únicas duas remanescentes do Consórcio Integra.
Segundo o chefe do Palácio Thomé de Souza, a situação é grave, e os donos dos empreendimentos já pediram socorro do Executivo soteropolitano.
“As empresas já foram lá oferece e falar: ‘prefeito, assuma. Tome, faça a intervenção porque não temos condições de operar’. As empresas vêm fechando no vermelho há muito tempo. Agora, com aumento do diesel, aumentou mais o déficit”, explicou, em entrevista coletiva. Ele disse que, diante do cenário, a intervenção “pode ocorrer a qualquer momento”.
“Agora, imagine a Prefeitura operar todo o sistema. Eu sei a dificuldade que foi operar 30%”, alertou o prefeito, referindo-se ao período em que o município precisou intervir na operação da antiga Concessionária Salvador Norte (CSN), que, por dificuldades financeiras, precisou passar por intervenção. OT Trans e Plataforma assumiram as bacias operadas por esta empresa.
De acordo com Bruno, este seria o “último recurso” caso o Congresso e o Governo Federal não viabilizem o Programa Nacional de Assistência à Mobilidade dos Idosos em Áreas Urbanas (Pnami), travado na Câmara, ou se o presidente Jair Bolsonaro (PL) não sancionar o teto de 17% da alíquota de ICMS cobrado por estados sobre combustíveis.
Ainda segundo Bruno, prefeitos de outros locais do Brasil vêm procurando ele para tratar sobre o tema. É o caso de Edvaldo Pereira (PDT), de Aracaju, que é presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP). O Ministério Público do Trabalho em Sergipe (MPT-SE) pediu intervenção do Grupo Progresso, que opera o sistema de transporte da capital sergipana. Segundo Bruno, Pereira pediu conselhos para conhecer como se deu o processo em Salvador.