BahiaNotícias

Bebê atingida por bala de borracha em ação da PM tem morte cerebral confirmada

PM informou que os oficiais envolvidos no caso foram afastados

A pequena Ágatha Sophia, de apenas sete meses, atingida por uma bala de borracha disparada pela Polícia Militar, na noite do último domingo (27), no bairro de São Marcos, em Salvador, teve a morte cerebral confirmada no final da manhã desta quinta-feira (31). A mãe da criança, a vendedora Jéssica Maciel, 26 anos, informou ao CORREIO que a confirmação ocorreu por volta das 11h30.

Antes do protocolo de confirmação da morte cerebral ser concluído, a bebê já não respondia mais aos procedimentos médicos de uma equipe que a acompanhava  na Unidade de Terapia Intesiva (UTI), do Hospital Geral do Estado (HGE). Procurada, a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) disse que não informa estado de saúde de pacientes.

Ainda de acordo com a mãe, desde que a filha deu entrada na unidade médica, ela foi alertada pela equipe sobre a possibilidade da pequena sofrer uma morte cerebral. A família esteve na quarta (30) na Corregedoria da Polícia Militar para prestar queixa contra os dois PMs acusados de balear a garota. A mãe também informou ao CORREIO que policiais fardados estiveram no bairro, de maneira informal, procurando atualização sobre o estado de saúde da garota.

Jéssica permanece no HGE aguardando a liberação do corpo da filha. Também deve passar por exame de corpo delito ainda nesta quinta-feira, já que, durante os disparos das balas de borracha, ela ficou ferida no rosto. Familiares e amigos planejam também uma manifestação nesta quinta, na Avenida São Rafael, por volta das 19h.

Policiais foram afastados

Em nota, a Polícia Militar confirmou o caso e informou que os oficiais envolvidos no caso foram afastados. “Os militares envolvidos no caso foram afastados e apresentados no Departamento de Promoção Social, onde deverão ter acompanhamento psicológico já que estão abalados com a situação lamentável”, dizia o comunicado.

O documento informou ainda que um Inquérito Policial Militar (IPM) foi instaurado para que “todos sejam ouvidos e as circunstâncias sejam devidamente esclarecidas”.  Ao CORREIO, a PM relatou a versão dos militares para a situação.

“Havia uma competição de som conhecida por ‘paredão’, com o uso de dois veículos, além de vários homens fazendo uso de bebidas alcoólicas e consumo de drogas, desde as 16h, impedindo o ir e vir de moradores daquela região”, disse, por meio de nota.

À corporação, um dos PMs envolvidos na ocorrência informou que, ao chegar no local, os policiais foram “cercados por uma multidão” e que, por isso, “não houve outra alternativa para salvaguardar a integridade física dos componentes a não ser o uso de agentes químicos” – bomba de gás lacrimogênio e efeito moral.

A nota diz, ainda, que, após identificarem os veículos, os militares solicitaram um guincho para a retirada dos carros. Em nenhum momento foi citado que a bebê foi atingida e ficou ferida.

“Após quase uma hora aguardando o apoio, os condutores se apresentaram e os veículos foram conduzidos até a sede da 50ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/Sete de Abril)”.

Após a “extração dos Autos de Infração de Trânsito (AITS)”, a nota diz que os donos dos carros foram liberados. A Polícia Militar afirma que, só na segunda-feira (28), foi informada que a criança estava machucada.

Procurada pelo CORREIO, a Polícia Civil disse que a mãe da bebê foi orientada a procurar a Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Criança e o Adolescente (Dercca). Jéssica não informou se pretende procurar o órgão.

Com informações do portal Correio

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Botão Voltar ao topo
Fechar

AdBlocker Detectado

Por favor desative seu Ad Blocker ou nos adicione como exceção.