Após liminar, sindicato indica que parte dos vigilantes voltará ao trabalho na Bahia
O Sindicato dos Empregados de Empresas de Segurança e Vigilância do Estado da Bahia (Sindvigilantes) mantém a greve, mas indica que parte dos vigilantes voltará aos seus postos de trabalho, como determina liminar impetrada pelo Sindicato das Empresas de Segurança Privada (Sindesp) e concedida pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT-5) na quarta-feira (11).
Para cumprir a determinação do TRT-5, o sindicato solicitou ao Sindesp, nesta quinta (12), a lista dos trabalhadores e a lotação de cada um dos vigilantes que deve retornar ao trabalho, informou o presidente do Sindvigilantes, José Boaventura.
“O sindicato vai observar a lista para atender ao percentual de trabalhadores que deve retornar ao trabalho como foi determinado pela justiça”, explicou o sindicalista ao CORREIO.
O documento determina que o Sindvigilantes assegure a presença do efetivo mínimo de 50% para todos os postos de serviços das atividades consideradas essenciais, como instituições bancárias, financeiras e postos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), e de 30% para todos os demais postos de serviços.
“Está orientando que seja acatado o percentual de 50% de trabalhadores, mas não tem como estes locais terem funcionamento pleno porque a segurança do sistema não pode ser atendida por apenas metade dos trabalhadores”, argumentou Boaventura.
Em caso de descumprimento de qualquer item da liminar, o Sindivigilantes terá de pagar multa diária de R$ 20 mil.
Ainda de acordo com Boaventura, uma representação do sindicato vai comparecer à audiência no TRT-5, que discutirá a legalidade da greve. A sessão ocorre nesta sexta (13), às 11h30. “Convocamos os trabalhadores a nos acompanhar no Tribunal”, convidou Boaventura.
Também em entrevista ao CORREIO, o presidente do Sindesp, Paulo Cruz, apontou que os patrões estão dispostos a negociar com os vigilantes, mas apenas “se eles tiverem vontade de conversar [com o sindicato patronal]”.
As reivindicações dos vigilantes são um aumento de 13% nos salários (sendo 8% correção da inflação de 2018 e 2019 e 5% de ganho real), além do ticket alimentação subir de R$ 13 por dia para R$ 23. Os patrões oferecem um aumento de 1,5% no salário. Segundo José Boaventura, a categoria não recebe reajuste no salário desde 2018.
Com a continuidade da greve dos vigilantes, algumas agências bancárias fecharam nesta quinta, segundo o presidente do Sindesp. Até a última quarta, apenas algumas agências da Caixa Econômica Federal estavam fechadas.
Por meio de nota, a Caixa Econômica Federal informou que “não é possível precisar quantas agências estão fechadas por conta da greve, pois sempre há perspectiva de normalização do atendimento nesses pontos de atendimento”.
Acrescentou ainda que a orientação para quem precisa de serviços em uma das agências fechadas deve utilizar canais alternativos como lotéricas, correspondentes CAIXA Aqui e salas de autoatendimento. “Os canais recebem contas de água, luz, tributos, bloquetos de cobrança, prestação de habitação, saques de contas correntes e pagamento de benefícios sociais, como Bolsa Família, seguro desemprego e FGTS, entre outros serviços”.
Para quem precisa utilizar serviços de outros bancos e encontrar as agências fechadas, a indicação é procurar os postos de autoatendimento, como os caixas eletrônicos.
Os serviços de atendimento nas agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) permanecem com o funcionamento parcial. Sem a presença dos vigilantes, os postos de atendimento do estado atendem apenas quem já realizou agendamento prévio. Já quem precisa realizar perícia médica deve entrar em contato com o telefone 135 para se informar sobre o reagendamento da consulta. Desde a terça-feira (10), cerca de 800 perícias deixaram de ser realizadas em Salvador, de acordo com a assessoria de imprensa do INSS.
O funcionamento da Universidade Federal da Bahia permanece normal, inclusive com a manutenção das aulas noturnas, informou a assessoria de imprensa da Ufba. O presidente do Sindvigilantes afirmou que os vigilantes que atuam na universidade estão participando da greve com adesão variada, o que faz com que algumas faculdades possuam um número menor de trabalhadores.
*Com orientação da subeditora Fernanda Varela.
LEIA MAIS;Termina nesta sexta (13) campanha de vacina contra sarampo para crianças e jovens