Bolsonaro critica o uso de máscaras no dia que o Brasil registra recorde de mortes
No dia em que o Brasil bateu seu recorde diário de mortes desde o início da pandemia da Covid-19 no País, o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), usou sua live semanal para questionar o uso de máscaras, e como de praxo, sem apresentar qualquer comprovação científica.
Bolsonaro afirmou: “Pessoal, começam a aparecer estudos aqui, não vou entrar em detalhes, sobre o uso de máscara, que, num primeiro momento aqui, uma universidade alemã fala que elas são prejudiciais a crianças e levam em conta vários itens aqui como irritabilidade, dor de cabeça, dificuldade de concentração, diminuição da percepção de felicidade, recusa em ir para a escola ou creche, desânimo, comprometimento da capacidade de aprendizado, vertigem, fadiga… Então começam a aparecer aqui os efeitos colaterais das máscaras, tá ok?”, disse.
Na tentativa de tirar o peso da fala irresponsável, ainda que a ciência comprove a eficiência do uso da máscara – a Organização Mundial da Saúde também defende o uso da máscara – para evitar o contágio da doença, Bolsonaro disse que não entraria em detalhes sobre o tema porque “tudo deságua em críticas em cima” dele e que “aguarda um estudo mais aprofundado sobre”.
Bolsonaro raramente é visto usando máscara em eventos públicos, mesmo quando há aglomeração. O presidente sustenta desde o início da pandemia, o discurso negacionista, defendendo o uso de remédios ineficazes contra a covid e criticando medidas de isolamento social.
O consórcio de veículos de imprensa – criado em meio à falta de transparência do governo federal na divulgação dos dados sobre a pandemia – divulgou na noite desta quinta-feira (25) o alarmante número de 1.582 mortes em 24 horas. O grupo de veículos apura os dados diretamente com os estados.